Do plano A para o plano B: quando mudar de profissão?

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Nem sempre a profissão escolhida ainda na infância, estudada na juventude e colocada em prática na fase adulta é suficiente para trazer satisfação pessoal, valorização no mercado de trabalho, retorno financeira e felicidade. Quando algum dos pilares que sustentam a profissão começa a ceder é preciso rever as prioridades para não abalar toda a estrutura.

Mudar de profissão pode ser uma tarefa fácil para alguns e complicada para outros. A decisão envolve diversos fatores externos, pois pode implicar no retorno aos estudos, mudança de cidade, novos horários de trabalho, alterações na rotina familiar, entre outras particularidades.

“Os principais indicativos para um processo de transição dizem respeito à forma como a pessoa se sente em relação ao seu trabalho. ‘Tomar outro rumo’ pode ser a melhor opção quando a pessoa sente que seu trabalho não possibilita o equilíbrio da sua saúde física e mental, quando se sente desrespeitada e desvalorizada, quando apresenta transtornos relacionados ao trabalho (como a Síndrome de Burnout – esgotamento profissional), ou quando está insatisfeita com sua experiência profissional (seus relacionamentos no âmbito do trabalho ou até mesmo sua remuneração) e tem o desejo de mudar”, aponta a psicóloga, Katyana Martins Weyh.

Dependendo da situação – em seu contexto geral – existem ‘gatilhos’ que quando são acionados tendem a fazer com a mudança de profissão aconteça de fato. “Quando pensamos em uma transição no trabalho, pensamos em melhorar nossas experiências. A ideia é ir de encontro com melhores condições de trabalho que levem em conta o que é mais importante para cada pessoa. Isso varia de acordo com os objetivos e essa mudança pode acontecer com o intuito de buscar por uma melhora financeira, por liberdade, maior equilíbrio emocional, estabilidade, status, reconhecimento, poder, etc”, argumenta.

PREPARAÇÃO PARA A MUDANÇA – Conforme Katyana, a escolha por uma nova profissão leva em consideração, especialmente, três aspectos:  o que a pessoa gosto de fazer; o que ela sabe fazer e o que o mercado precisa. A profissional destaca que com base nessa avaliação a pessoa que deseja mudar de ramo profissional pode traçar um novo caminho a ser seguido.

Para que a mudança aconteça, a psicóloga alerta que é preciso preparação deste momento. Ela orienta que é preciso fazer uma análise dos fundamentos norteadores dessa escolha (os três aspectos citados anteriormente) e trabalhar o autoconhecimento, pois ele é imprescindível neste momento, visto que ajuda a fazer escolhas mais assertivas levando em consideração as crenças, os valores e os objetivos.

NA PANDEMIA – E quando não tem tempo para que a preparação aconteça? A pandemia foi o ‘gatilho’ para a mudança de profissão de muita gente. Katyana comenta que, neste período, muitas pessoas passaram por mudanças no trabalho. Grande parcela da população precisou repensar a forma de ofertar um produto ou serviço, dada a impossibilidade do contato presencial.

“A mudança foi rápida e exigiu de muitos trabalhadores novas ideias e decisões para manter os serviços anteriormente prestados. Houve uma migração de alguns serviços do presencial para o digital (essa possibilidade nunca esteve tão em alta – muitas portas se abriram), assim como houve mudanças nas áreas de atuação. Um considerável número de pessoas deixou o antigo trabalho e passou ou está passando por uma transição de carreira. Isso se dá por uma observação mais atenta às suas expectativas e, sobretudo, suas possibilidades de negócio neste cenário que está mudando tão rapidamente. A reflexão que deve prevalecer diante das incertezas é que ‘Todo o trabalho é vazio a não ser que haja amor’, de Khalil Gibran”, conclui a psicóloga.

Da Redação

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