Doutoranda da Unioeste participa da Conferência Mundial de Nutrição e Saúde

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A doutora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável (PPGDRS) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Marechal Cândido Rondon, Ana Maria da Silva, foi convidada para participar da 3rd International Conference on Nutrition and Healthcare (Terceira Conferência Mundial de Nutrição e Saúde), em Dubai nos Emirados Árabes Unidos, com o projeto “Sensory analysis of ice creams with different dosages of tilapia SMC protein hydrolysates” (Análise Sensorial de Sorvetes Elaborados com Diferentes Dosagens de Proteína Hidrolisada de Tilápia), nos dias 16 e 17 de novembro. O Congresso em Dubai faz parte de todo um conjunto de congressos realizados pela Scientex Conferences em diferentes países.

PESQUISA – O sorvete com proteínas hidrolisadas de tilápia, desenvolvido por Ana Maria, com o Grupo de Estudos de Manejo na Aquicultura (GEMAq) e o Grupo Interdisciplinar e Interinstitucional de Pesquisa e Extensão em Desenvolvimento Sustentável (GIIPEDES), começou por causa de um motivo que pode abalar qualquer pessoa, o descobrimento de um câncer.

A doutora Ana Paula da Silva Leonel, filha de Ana Maria, descobriu a doença no período em que estava grávida e um momento que deveria ser só de planejamentos para o futuro, se tornou o medo de não existir um futuro. Após o tratamento da filha, ela se inspirou para fazer os sorvetes com as proteínas de tilápias, que pode ajudar a minimizar os efeitos colaterais da quimioterapia, como feridas na boca, úlceras, enjôos e alteração no paladar.

Usando a biotecnologia a pesquisadora conseguiu transformar a carne da tilápia em líquido, para assim inserir no sorvete e deixá-lo mais proteico. Além do sorvete, Ana Maria já desenvolveu outros produtos, como os enlatados de tilápia, pacu e de rã.

O sorvete começou a ser recomendado no cardápio alimentício de pessoas que vivem com a doença. Além de ter sido apresentado na conferência em Dubai, a pesquisa também recebeu uma honraria como reconhecimento internacional. Ana e sua equipe já receberam três prêmios pelo produto desenvolvido, dois prêmios internacionais e um nacional.

Para Ana Maria, a oportunidade de apresentar o seu trabalho em um evento tão seleto é um grande privilégio. “Eu e todas as pessoas que fizeram parte do nosso trabalho estamos honrados com essa oportunidade. Eu sou egressa no PPGDRS, então como egressa de uma pós-graduação da Unioeste, onde eu tive toda a possibilidade de realizar o meu trabalho da melhor forma possível graças ao apoio dos professores, dos alunos, dos mestrandos e doutorandos dos cursos de Engenharia de Pesca, do grupo GIIPEDES e do grupo GEMAq. Então é uma honra poder estar aqui representando esses coautores que trabalharam com a gente”.

“Este produto inovador gerou interesse de investidores de diferentes países e já foi estruturada uma startup para o desenvolvimento final como produto, assim como foi protocolado por meio da Agência de Inovação da Unioeste o pedido de registro de patente. Como orientador é satisfatório poder ver o resultado da pesquisa realizado na Unioeste ser reconhecido como algo em benefício à sociedade. Fortalece o papel da universidade e potencializa as novas iniciativas de estudos, impactando de maneira positiva os programas de pós-graduação e integrando a pesquisa com a cadeia produtiva”, complementou o orientador de Ana Maria, doutor Arlindo Fabricio Correia.

Ana Maria encerra agradecendo a todos os envolvidos que fizeram parte dessa conquista, em especial a sua filha, que foi a grande motivadora para a criação de um produto que poderá ser nutricionalmente adequado para ajudar os pacientes com câncer ou outras pessoas que necessitam de uma ingesta maior de proteínas. “Gostaria de agradecer de coração ao prof. Dr Aldin Feiden, Cristiano Anjo Elanco por ter patrocinado a viagem, prof. Dr Wilson Rogério Bosco, prof. Dr Altevir Signor, o meu orientador Arlindo Fabricio Correia, o coordenador da pós-graduação Armin Feinden e a todas as pessoas que nos ajudaram. Mas o agradecimento mais especial que eu posso dar é para a minha filha, doutora Ana Paula, pois foi baseado no tratamento de câncer dela que nós conseguimos desenvolver esse trabalho. Então é como Friedrich Wilhelm Nietzsche falou, ‘é preciso ter o caos para dar à luz a uma estrela dançante’. Tivemos o caos, demos à luz a uma estrela dançante que foi a minha neta Antônia, a saúde da minha filha e todos os prêmios que estão vindo abençoar esse nosso trabalho que conseguimos fazer com todo o apoio da Unioeste”.

MARECHAL CÂNDIDO RONDON

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