Fevereiro laranja destaca conscientização sobre leucemia

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O diagnóstico precoce pode contribuir para o sucesso no tratamento e na cura de uma doença. Saber identificar os sintomas de uma patologia e buscar atendimento especializado pode fazer toda diferença em relação à qualidade e o tempo de vida de uma pessoa. O mês de fevereiro é marcado pela campanha de conscientização para o tratamento e diagnóstico precoce da leucemia. A cor laranja é a escolhida para simbolizar e chamar atenção para a doença e a importância de se tornar um doador de medula óssea.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de casos novos de leucemia esperados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 5.920 casos em homens e de 4.890 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 para cada 100 mil mulheres. As ações educativas são importantes para que a população tenha consciência de que com o diagnóstico precoce, as chances de cura aumentam.

A DOENÇA – A leucemia é uma neoplasia maligna dos glóbulos brancos e sua origem é desconhecida. Basicamente, ocorre mutação de uma célula não madura na medula óssea, e esta se torna disfuncional, além de se multiplicar rapidamente e morrer com menor frequência. Com o tempo, ocorre um acúmulo destas células anormais na medula, comprometendo a produção das normais.

Apesar de, na maioria dos casos, os pacientes que desenvolvem leucemia não apresentam fatores de risco modificáveis, a médica oncologista clínica Tassiara da Silva comenta que o tabagismo se correlaciona com aumento do risco de desenvolver um subtipo da Leucemia Mieloide Aguda. “Esse é um fator de risco passível de mudança, relacionado a diversos outros tipos de câncer (pulmão, boca, bexiga) e outras doenças graves também, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, e que deve ser combatido”.

SINTOMAS – O paciente com leucemia pode manifestar diversos sintomas e estes estão relacionados ao tipo de célula comprometida pela doença e aos órgãos afetados. A médica explica que pacientes com anemia podem manifestar fadiga, falta de ar, palpitação, dor de cabeça, entre outros. A redução dos glóbulos brancos, por sua vez, provoca baixa da imunidade, tornando o organismo mais suscetível a infecções graves ou recorrentes.

“Já a diminuição das plaquetas pode resultar em sangramentos, sendo os mais comuns das gengivas e pelo nariz, além de manchas roxas (equimoses) e/ou pontos roxos (petéquias) na pele. Ainda, pode haver aumento dos gânglios linfáticos, geralmente sem dor associada, além de febre, suores noturnos, emagrecimento não intencional, entre outros”, acrescenta.

DIAGNÓSTICO – Tassiara salienta que o exame que mais comumente está alterado e indica uma suspeita de leucemia é o hemograma. “Geralmente, detectamos um aumento do número de leucócitos (glóbulos brancos), associado ou não à diminuição das hemácias e das plaquetas. A confirmação diagnóstica é feita por meio do exame da medula óssea (mielograma) ou da biópsia da medula”.

A médica oncologista clínica explica que no primeiro caso, retira-se uma pequena quantidade de sangue, proveniente do material esponjoso de dentro do osso, enquanto na biópsia, é retirado um fragmento ósseo. “A detecção precoce do câncer é uma estratégia para diagnosticar um tumor em fase inicial e aumentar as chances de cura. A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce)”, esclarece ao enfatizar que “não há evidência científica de que o rastreamento das leucemias traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado”.

TRATAMENTO – Existem quatro grandes grupos de leucemia – linfoblástica aguda, mieloide aguda, linfocítica crônica e mieloide crônica. A médica cita que o tratamento de cada uma delas é bastante específico, podendo englobar o uso de quimioterapia (endovenosa), uso de anticorpos monoclonais (que são drogas orais) e o transplante de medula óssea. “O transplante de medula óssea é complementar aos tratamentos convencionais, como no caso da leucemia mieloide aguda, linfocítica aguda e mieloide crônica, e nem sempre é sendo indicado. Portanto, é possível atingir a cura sem necessitar de transplante. Cada caso deve ser avaliado individualmente”, pontua.

PREVENÇÃO – A leucemia ainda é uma patologia que gera muitas dúvidas, principalmente sobre a causa da doença, e o tratamento em si. Diferentemente do que acontece na maioria dos casos de câncer, a médica comenta que não há fatores de risco conhecidos para a leucemia, não podendo, desta forma, ser prevenida. “Ainda assim, a manutenção de hábitos e de uma alimentação saudáveis nos torna mais fortes e melhor preparados para lidar com diferentes doenças, dentre elas a leucemia”, conclui.

Da Redação

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