Oficina de Reflexão Sobre Parentalidade oferece suporte para famílias em processo judicial

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A Oficina de Reflexão sobre Parentalidade, realizada no Fórum de Toledo, reúne pais e mães que enfrentam processos judiciais de separação, especialmente em casos que envolvem a guarda dos filhos. O objetivo é oferecer suporte, conscientização e acompanhamento às famílias, em uma iniciativa conjunta da Vara da Família e Sucessões e da Vara da Infância e Juventude.

OFICINAS – A atividade conta com a parceria de acadêmicos do nono e décimo períodos de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que orientam os pais sobre responsabilidades, deveres e cuidados com os filhos. Além disso, o trabalho tem caráter preventivo, ao buscar reduzir situações de abandono afetivo e alienação parental. Os encontros são realizados em grupos separados, sendo um para mães e outro para pais. Embora ocorram apenas uma vez por participante, com até uma hora e meia de duração, novas famílias participam semanalmente.

DADOS – Em 2014, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou a realização de oficinas de reflexão sobre parentalidade em todo o país, como forma de prevenir e resolver conflitos familiares. Em Toledo, a iniciativa foi instituída em 2022 e, desde então, já acolheu mais de 450 participantes. Somente em 2025, o projeto registrou o maior número anual de atendidos, chegando a 127 pessoas até o momento. Destas, 110 avaliaram a experiência como relevante, 105 disseram ter adquirido novos conhecimentos e 100 afirmaram que a oficina transformou sua compreensão sobre a atenção familiar.

POSTURA RESOLUTIVA – A juíza da Vara da Família e Sucessões, Luciana Lopes do Amaral Beal, destaca os resultados observados. “Nós temos observado que aqueles pais e aquelas mães que passaram pela oficina, quando chegam nas audiências judiciais, já vêm com um comportamento pacificador, de resolução. Eles entenderam o desgaste emocional que o processo judicial resulta, não só para eles, mas também para os filhos”.

A psicóloga e professora coordenadora do estágio, Josiane Krupiniski, reforça a importância da preparação dos acadêmicos envolvidos. Ela declara que as acadêmicas do último ano de psicologia recebem uma preparação e estão altamente qualificadas para realizarem a condução destes encontros. “Em relação à psicologia, sempre orientamos a importância de um ambiente saudável que essa criança possa crescer. Um ambiente de muito conflito, de muitas brigas, ele impacta diretamente no desenvolvimento dessa criança, seja no desenvolvimento emocional ou cognitivo. Todo o objetivo da oficina é sempre voltado às crianças e ao bem-estar delas”, esclarece.

ORIENTAÇÕES – A psicóloga explica que as oficinas abordam práticas parentais positivas, ressaltando a importância de manter a função parental mesmo após o fim da relação conjugal. As orientações incluem a guarda, a convivência saudável com ambos os genitores e a conscientização para prevenir a alienação parental. Já a juíza ressalta que as iniciativas estão em consonância com a Constituição Federal, que no artigo 227 garante os direitos da família, além do Código de Processo Civil e do Estatuto da Criança e do Adolescente.

IDENTIFICAÇÃO – Reconhecer que não estão sozinhos também é parte do impacto do projeto. “A gente percebe que ao ter relatos pessoais, os outros acolhem, percebem que também estão passando por isso. Essa identificação ajuda e é muito importante”, afirma Josiane.

Com resultados e relatos positivos, a oficina tem se mostrado um caminho eficaz para reduzir conflitos, preservar vínculos e garantir que, mesmo após a separação, o bem-estar das crianças permaneça no centro das decisões familiares.

PODCAST – A professora e psicóloga Josiane Krupiniski e a juíza da Vara da Família e Sucessões Luciana Lopes do Amaral Beal participaram do podcast Conversa Oeste, apresentado por Joana Magnabosco. No bate-papo aprofundaram-se em todos os detalhes da oficina de Reflexão Sobre Parentalidade. O episódio está disponível no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=yDLuBf0jEG8&t=1944s

Da Redação

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