Projeto da UFFS – Campus Realeza estimula crianças a escreverem cartas com dúvidas sobre ciências

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Que perguntas uma criança faria a um cientista se pudesse lhe mandar uma carta? É a partir desse questionamento que a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza está desenvolvendo o Projeto de Extensão Ciência Pop, em parceria com outras instituições de ensino. O objetivo é estimular o diálogo sobre ciência com crianças dos anos finais do ensino fundamental I. Na escola, os estudantes escrevem cartas com suas dúvidas em relação à ciência. As perguntas serão respondidas por pesquisadores do projeto e demais colaboradores.

Os estudantes da Escola Municipal Bruno Santin, do município de Santa Izabel do Oeste, participaram da atividade Cartas aos Cientistas, vinculado ao Projeto Ciência Pop. A professora da UFFS, Cláudia Almeida Fioresi, coordenadora do projeto, conta como foi esse primeiro encontro. “Os alunos foram extremamente curiosos e empolgados com a ideia do projeto, participaram ativamente de todas as etapas. Percebi como gostam de falar sobre ciência e o quão importante foi para eles se comunicarem com os cientistas por meio das cartas”.

A expectativa dos estudantes em obterem respostas dos pesquisadores é bastante alta, como a do aluno Diego de Almeida que gostaria de saber mais sobre os buracos negros e como os computadores conseguem detectar os asteroides. “Nunca falei com um cientista e vou ficar feliz se responderem uma coisa que tenho bastante dúvida”, contou. Já a dúvida da estudante Caroline dos Santos Caron é descobrir de que forma é feito o soro antiofídico, antídoto usado quando uma pessoa é picada por uma serpente peçonhenta. “Achei essa atividade legal e queria ajuda para entender como é feito o remédio das cobras”, disse.

Sobre a empolgação dos estudantes ao fazerem a atividade, a professora da turma Liliane André Dorneles Azeredo, destacou que a possibilidade de devolutiva é inspiradora. “É um trabalho fantástico, pois os alunos têm a possibilidade de formularem suas dúvidas e depois serem respondidos por alguém que pesquisa e estuda sobre o assunto. É uma parceria importante para a escola, pois quando trazemos essa prática para o dia a dia dos nossos futuros cientistas acendemos neles essa perspectiva”, acentuou.

A ideia de escrever cartas parte do início da comunicação entre cientistas e o público que, no século XIX, era feita por meio de cartas, além de estimular a escrita. “A partir de uma curiosidade, o estudante tem a oportunidade de dialogar com pessoas que estão inseridas na pesquisa científica. Para o pesquisador, é um processo para aumentar o impacto de sua investigação, inserindo-se no contexto da divulgação científica para o grande público”, comentou a coordenadora do projeto Cláudia.

O Projeto Ciência Pop conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Ensino de Química (SBEnQ), que auxiliará no contato com pesquisadores do Brasil, e demais grupos de pesquisas de diferentes Universidades, o que envolve, inclusive, a participação de alunos de programas de doutorado, conforme explicou Cláudia. “Nossa missão agora é reunir as cartas por temáticas e direcioná-las para os cientistas que possuam afinidade com o assunto. A previsão é que no período entre um e dois meses as cartas sejam respondidas. Assim, o cientista enviará sua resposta também no formato de carta”, acrescentou.

Estudantes de Santa Izabel do Oeste ficaram empolgados ao participarem da atividade Cartas aos Cientistas, vinculado ao Projeto Ciência Pop (UFFS/Ariel Tavares)

Além da UFFS – Campus Realeza, também participam do Projeto Ciência Pop pesquisadores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) – Campus de Toledo, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Campo Mourão. Para saber mais sobre as atividades, acesse: https://www.unioeste.br/portal/ciencia-pop.

Confira as respostas aos questionamentos

Se você ficou curioso para saber como é feito o soro antiofídico, a coordenadora do curso de Ciências Biológicas da UFFS, professora Adelita Maria Linzmeier, explicou que para se fazer o soro é necessário, primeiro, extrair o veneno da serpente para transformá-lo em um antígeno. “Antígeno é algo que o sistema imunológico reconhece como estranho e passa a produzir anticorpos para combatê-lo. Pequenas quantidades do antígeno são aplicadas em cavalos que passam, então, a produzir anticorpos. Após esse processo, os anticorpos presentes no sangue do cavalo são coletados e processados. Testes são feitos para verificar a qualidade e o produto é envasado. Lembrando que cada serpente tem um tipo de veneno, então são produzidos soros específicos para cada uma delas, por exemplo, o soro antibotrópico contra jararacas, soro anticrotálico contra cascavel e soro antilaquético contra coral”, detalhou.

Já a professora da área de Ensino de Física, Aline Portella Biscaino, também coordenadora do curso de Física da UFFS, explicou que ainda há muito o que se conhecer sobre os buracos negros, mas de maneira geral “é uma região do espaço onde há muita massa concentrada e por isso nem mesmo a luz, que possui a maior velocidade que conhecemos, consegue escapar. Assim, essa região recebe o nome de buraco negro”. E respondendo a dúvida sobre a detecção de asteroides, “esses corpos celestes são, primeiramente, observados por telescópios e depois para saber para onde vão e se tem possibilidade, por exemplo, de se chocar com algum planeta, são utilizados os computadores para fazer os cálculos de suas trajetórias. Assim, é possível acompanhar o caminho que será percorrido pelo asteroide”, disse.

Assessoria de Comunicação | UFFS – Campus Realeza

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