Ciscopar: pacientes faltosos interferem na fila de espera

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Muitos pacientes aguardam meses por uma consulta com um especialista. Entretanto, na data marcada, alguns não comparecem. O fato atrapalha o serviço de toda a rede. O Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar) também enfrenta esse problema e registrou aumento no índice de faltosos de 2020 para 2021.

Em 2019, o Ciscopar – via Centro de Especialidades do Paraná (CEP) -registrou 7.971 faltosos. Já no ano passado, o número caiu para 6.016 pacientes que não compareceram; esse número já foi ultrapassado em 2021, pois até o dia 31 de agosto, 6.908 pessoas faltaram aos atendimentos agendados.

“Temos duas situações que são diretamente prejudicadas quando se trata do absenteísmo dos usuários, a primeira é em relação a fila de espera, como é sabido, temos fila de espera para algumas especialidades. A falta do paciente interfere diretamente no manejo dessa fila, pois, ao não comparecer na consulta e não comunicar, a vaga fica perdida, considerando que não há tempo hábil para realizar o agendamento de outro usuário”, relata a equipe do Ciscopar. “Devemos refletir que, se comunicado com a devida antecedência, as equipes conseguem otimizar essa vaga, repassando-a para outra pessoa”.

REDE DE ATENDIMENTO – Os profissionais explicam que o Ciscopar trabalha com contratação para prestação de serviço, dessa forma, a maior parte de equipe é composta por prestadores. “Considerando que esses prestadores disponibilizam uma quantidade de vagas por mês para atendimento, ou seja, eles deixam de realizar atendimento de forma privada, ou por convênios, e disponibilizam este tempo para atendimento SUS”.

A falta de comparecimento também desencadeia outros problemas. Com as altas taxas de absenteísmo os prestadores perdem o estímulo para manter os atendimentos e optam por se descredenciar da rede de atendimento, o que dificulta ainda mais o acesso dos usuários as especialidades.

UMA VAGA ‘PERDIDA’ – “Atualmente não existe nenhum trabalho de lembrete ou comunicação com o paciente antes da consulta, sendo realizado pelo Ciscopar. Esse trabalho fica a cargo dos municípios, tendo em vista que é o município quem faz o agendamento, tanto das consultas/exames/procedimentos, como do transporte desses pacientes (para moradores de fora de Toledo)”, explicam os profissionais.

Deixar de comparecer para ser atendido gera impacto direto na fila.  A equipe cita que é preciso levar em consideração que ao faltar na consulta, aquela vaga destinada a esse usuário fica perdida, pois ele não utilizou e por não ter comunicado com antecedência, não é possível repassa-la a outro usuário. Os profissionais esclarecem que, normalmente, o paciente faltante não sai da fila, ele volta para o final dela, portanto, acaba se tornando um ciclo sem fim, o que impossibilita o andamento e até mesmo a finalização das filas de espera. 

Quando o paciente sabe que não poderá ir é importante comunicar com o máximo de antecedência possível. A equipe cita que o ideal é que ele avise com pelo menos sete dias de antecedência, para que o município possa desmarcar a consulta e agendar outro usuário no seu lugar. Porém, em situações que não seja possível avisar com essa antecipação, a recomendação também é comunicar para que o município possa tentar utilizar essa vaga.

COMO ZERAR A FILA? – “É importante frisar que ao faltar na consulta o usuário está tirando o direito de outro cidadão utilizar e fazer bom aproveito daquela vaga, dessa forma fica muito difícil zerar a fila e contemplar mais usuários, o que, consequentemente, ajuda a possibilitar a redução das filas de espera. Reforçamos que é fundamental que os usuários nos comuniquem e avisem as equipes dos seus municípios caso não consigam comparecer nas consultas, com o máximo de antecedência possível, para que assim possamos otimizar essa vaga e passar para outro paciente; dessa forma, poderemos em algum momento, zerar as filas de espera”, alegam os profissionais.

Confira as especialidades com os mais elevados índices de faltosos:

2019

1º Ortopedia e Traumatologia – 2.749 faltosos

2º Urologia – 1.124 faltosos

3º Ginecologia e Obstetrícia – 654 faltoso

2020

1º Ortopedia e Traumatologia – 1.458 faltosos

2º Infectologia – 629 faltoso

3º Ginecologia e Obstetrícia – 593 faltosos

2021 (até o dia 31 de agosto)

1º Ortopedia e Traumatologia – 2.179 faltosos

2º Urologia – 825 faltosos

3º Endocrinologia – 467 faltosos

Da Redação

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