Crise hídrica afeta produtores e o cenário pede ações emergenciais

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O volume de chuva dos últimos dias não foi suficiente para ameninar a crise hídrica que as comunidades do interior de Toledo sofrem. A escassez de água tem preocupado os produtores rurais e comprometido o abastecimento das casas e das granjas. Os casos mais graves estão localizados em São Salvador, Cerro da Lola e Dez de Maio.

As duas chuvas registradas neste mês, nos dia 5 e 14, representam um acumulado de 45 milímetros, segundo a medicação realizada na estação meteorológica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), campus Toledo.

Apesar de melhorar a condição do clima, elas não foram suficientes diante do cenário crítico que o município enfrenta. Em agosto, Toledo teve o registro de chuva nos dias 12 e 26 com dez milímetros em cada data e, em julho foram registrados 20 milímetros no dia 27.

“Foram 85 milímetros para um período de quase três meses. É um volume muito baixo. Nós tivemos chuva boa em janeiro. Entre fevereiro e maio o volume foi muito pouco. Voltou a chover bem em junho e reduziu novamente em julho. Essa irregularidade explica o fato dos poços estarem baixos ou secando. Estamos em um ano com poucas chuvas. Não é o mês de setembro que registra pouco volume, é reflexo de um longo período”, explica o professor de Agrometeorologia da PUCPR, campus Toledo, Alexandre Luis Müller.

Para a segunda quinzena de setembro e os meses de outubro e novembro, o prognóstico ainda é de chuvas abaixo do esperado. “A média história para esse período é de 500 milímetros, mas o fenômeno La Niña provoca um regime irregular de chuvas, por isso ainda teremos tempo mais seco e chuvas irregulares, o que não é uma situação favorável, principalmente para as comunidades do interior”.

AÇÃO EMERGENCIAL – Em busca de novas ações para minimizar o impacto da falta de chuvas, o Poder Executivo realizou na manhã de ontem (15), uma reunião emergencial com representantes do Legislativo, associações e de empresas integradoras e cooperativas. O prefeito Beto Lunitti apresentou uma panorama da situação vivida, em especial, no interior do município.

De acordo com o gestor, a gravidade da situação inspira ações urgentes e a administração municipal tem buscado coordenar estes trabalhos e auxiliar os locais onde falta água. “A crise hídrica, em especial no setor agropecuário, é um fato preocupante. A Prefeitura não se furta do seu papel de articular e buscar soluções, porém, a situação é emergencial e depende do envolvimento de todos”.

A Secretaria de Infraestrutura Rural distribui aproximadamente 30 mil litros de água/dia para algumas regiões mais castigadas pela falta de chuvas.

“A situação de São Salvador é a mais crítica e está sendo abastecida com caminhão pipa. Também estamos atendendo algumas granjas do interior”, cita o secretário da pasta Maicon Stuani.

ACOMPANHAMENTO – O secretário enfatiza que as empresas e cooperativas se comprometeram em realizar um mapeamento das suas integradas, para identificar propriedades mais atingidas e tentar formas de auxiliar na distribuição de água. “Também estamos trabalhando para aumentar a capacidade de água de alguns reservatórios que estavam assoreados. Os trabalhos são feitos com escavadeiras hidráulicas, principalmente em Dez de Maio e Cerro da Lola”, pontua.

Stuani complementa que o Município também trabalha com uma licitação emergencial para aquisição de dois caminhões pipas para ajudar no abastecimento das comunidades do interior. “Nós vemos que esse é um problema que não será resolvido rapidamente. Estamos bastante preocupados e reunindo todas as ações para minimizar os impactos da crise hídrica”.

O vereador Professor Oséias participou da reunião e enfatiza que o encontro foi importante para apresentar a realidade do interior de Toledo, intensificar os trabalhos de apoio as comunidades e buscar mais soluções. “Vamos visitar algumas comunidades nos próximos dias para conhecer de perto a realidade da população e estudar de que forma podemos contribuir para minimizar os impactos que essas famílias estão passando nesse momento crítico”.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Assessoria