Exportar para países do Mercosul é alternativa para empresários de Toledo e região

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O processo de exportação é interligado e muitas questões devem ser consideradas, como a escolha do país de destino até a análise dos documentos e burocracias para o desembarque da mercadoria no destino. O Mercosul é uma alternativa para quem deseja exportar, porque além dos incentivos fiscais e burocráticos, também apresenta vantagens, como os acordos entre blocos e países com bons históricos comerciais.

Neste sábado (26), comemora-se o nascimento do Mercosul e Toledo assim como os demais municípios da região Oeste possuem características que beneficiam empresas de diversos portes a comercializarem para esse bloco. O consultor empresarial, Sandro Viapiana, explica a logística para as empresas exportarem, além dos aspectos comportamentais e culturais que precisam ser levados em conta para quem deseja se beneficiar com as vantagens do Mercosul.

Conforme Viapiana, o mercado exterior pode influenciar em todas as etapas e, por isso, é importante analisar desde fatores básicos de um estudo de mercado, como demografia, cultura, mercado consumidor, economia, concorrência e benefícios que o país fornece ao exportador que deseja nele entrar.

O consultor empresarial afirma que alguns fatores são importantes para a empresa exportar para os países do Mercosul, como estrutura de custos. Ele cita como exemplo que uma indústria ‘x’ tenha um produto para vender no varejo alimentício, de medicamento ou de vestuário e ela deseja exportar no Mercosul. “Ao iniciar este projeto, a empresa terá um custo específico, como de produção, além de outras variáveis. Existe uma formatação específica de custo para realizar a exportação”, pontua.

Outra premissa básica é o perfil do consumidor. “A empresa existe porque tem o consumidor na ponta. São pessoas com necessidades e desejos a serem atendidos. O empresário deve observar a cultura e o comportamento de seu consumidor”, avalia o consultor empresarial ao complementar que dependendo do aspecto cultural, a estratégia e a comunicação serão modificadas. “O empresário não exporta somente o seu produto; ele faz uma troca econômica e cultural. A dica é que todo o produto entregue reforce a característica do nativo e analisar se o país tem a oferta do produto”.

Ele lembra que o empresário deve estar atento as características do país (destino), pois o seu produto competirá com uma fatia de mercado. “A empresa deve se posicionar de forma mais agressiva ou com mais estratégica de preço e de oferta. Quando um produtor entra no mercado novo, os concorrentes vão reagir de alguma forma, com mais agressividade ou sendo mais passivos”.

CARACTERÍSTICAS – Segundo o consultor empresarial, os países do Mercosul possuem uma estrutura de abastecimento e de fornecimento. “A cadeia produtiva está bem organizada e isso é uma característica importante. Precisamos ter bons fornecedores para desenvolver os produtos e conseguirmos atender”.

Em Toledo, ele observa que alguns setores já estão com os processos administrativos refinados, como o Parque Industrial de Toledo Metalúrgico, medicamentos, softwares, móveis, enfim. “Toledo está bem desenvolvido, principalmente, na área de alimentação. No município, os processos para exportar estão bem refinados”.

Viapiana menciona que Toledo possui a característica de mercado colaborativo, ou seja, analisa o objetivo do setor. “O mercado se organiza, colabora e busca alternativa. No entanto, o mercado ainda possui o que é chamado de miopia de marketing. Às vezes, o empresário monta e trabalha na empresa, ou seja, se dedica a operação. Não que seja algo errado”.

Conforme o consultor, o perfil de empreendedor torna-se atraente diante dos negócios em Toledo. “O empreendedor possui menos atividade operacional no negócio e, com isso, consegue observar mais oportunidades de mercado, além de gerenciar o negócio, fazer a leitura e a interpretação do mercado. A legislação está mais clara e os processos de industrialização e de transporte movimentam Toledo”.

DESAFIOS – De acordo com o profissional, o Brasil possui mais oportunidade de exportar. “Obviamente que cada país é bem desenvolvimento em algum segmento, porém existe a janela de oportunidades. Com isso, o desafio principal é entender o mercado e ser íntimo com o consumidor”.

Viapiana enfatiza que uma característica do empresário é ser otimista. “Caso não faça o ‘dever de casa’ pode ser frustrar na estratégia de entrar no Mercosul. Toledo e Cascavel são municípios que buscam a diferença para os seus negócios. Conseguimos chegar ao convencimento e a mudança para apresentar a alternativa técnica”.

OPORTUNIDADE – Qualquer episódio, desde a pandemia ou a guerra, pode gerar ameaça ou oportunidade para os segmentos. Com isso, o consultor afirma que existem duas maneiras do empresário observar essas situações: a primeira é uma visão mais pessimista e a segunda é uma visão mais otimista. “O atual momento pode ser uma janela de oportunidade, pois o modelo de consumo no mundo mudou. Ao observar o Parque Industrial de Toledo, ele tem uma estrutura e reage a um cenário”, comenta Viapiana.

Ele complementa que existe a ruptura e a oportunidade. “A pandemia quebrou o modelo de comportamento do empresário e de toda uma sociedade, porque a partir do momento que tivemos que mudar os hábitos sociais, de trabalho e de movimentação, abrimos uma estrutura de consumo diferente e lançamos outros setores de economia”. O consultor acrescenta que aumentou o consumo de plantas ou de decoração. “São oportunidades que antes existiam e não estavam com grau de organização como está agora”.

Da Redação

TOLEDO

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