Perigo nos postes: vereadores de Toledo propõem mudança na lei para retirada de cabos em desuso

Estimated reading time: 5 minutos

Fios soltos e abandonados em postes continuam representando risco à segurança das pessoas, com chances de acidentes causados por cabos baixos ou rompidos em vias públicas. Em Toledo, os vereadores Valtencir Careca, Jairo Cerbarro e Ricardos Santos propuseram o Projeto de Lei 165/2025, que altera a legislação que dispõe sobre a obrigatoriedade de retirada dos fios em desuso dos postes utilizados nos sistemas de distribuição de energia elétrica.

A matéria foi apreciada e votada em primeiro e segundo turnos nas sessões ordinária e suplementar, realizadas na segunda-feira (6) e terça-feira (7), respectivamente. Os vereadores aprovaram por unanimidade.

A proposição tem como escopo ampliar o alcance da Lei “R” nº 22, de 12 de abril de 2019, para que também abranja as empresas de telecomunicação que utilizam a infraestrutura aérea para a instalação de cabos destinados aos seus serviços, bem como de tornar mais rígidas as punições aplicadas em caso de descumprimento dos seus preceitos.

REDE – Conforme o projeto, é notório que, nas últimas décadas, houve uma crescente ampliação da rede de cabos de telefonia, internet e TV, muitas vezes compartilhando a mesma estrutura dos postes de energia elétrica.

Contudo, essa prática – embora autorizada por normas técnicas e contratos de compartilhamento de infraestrutura – tem gerado sérios problemas quando a manutenção não é devidamente realizada.

Fios soltos, caídos ou mal fixados comprometem a segurança da população, podendo causar acidentes graves, especialmente em vias públicas de grande circulação. Os cabos, além de representarem obstáculo físico para pedestres, ciclistas e condutores, também oferecem riscos elétricos indiretos, na hipótese de contato com fios energizados.

DEBATES – Os vereadores ressaltam que o tema já foi pauta de audiências públicas no município de Toledo. Muitas vezes, a ausência de fiscalização efetiva e a limitação das penalidades aplicáveis resultam em condutas repetitivas e na perpetuação do problema.

A ampliação da lei para incluir as empresas de telecomunicação corrige uma lacuna normativa e assegura tratamento isonômico entre todos os agentes que utilizam o espaço aéreo urbano para instalação de cabos. “É imprescindível que as empresas, sejam concessionárias de energia elétrica ou prestadoras de serviços de telecomunicação, adotem condutas preventivas, com inspeção periódica e pronta resposta a notificações, evitando que a omissão se traduza em risco à vida, à integridade física e ao patrimônio dos cidadãos”.

A alteração legislativa resguarda o interesse público, harmoniza a atividade econômica com a segurança urbana e garante que o espaço público seja utilizado de forma responsável e segura, coibindo práticas negligentes por meio de sanções proporcionais e eficazes.

BENEFÍCIOS – A implementação deve trazer benefícios concretos à população e contribuirá para a redução de acidentes e transtornos decorrentes da má conservação dos cabos suspensos.

O vereador Jairo Cerbarro enfatiza que a Lei existe desde o ano de 2019 e a sugestão para alterar a Lei é para melhorar a segurança e diminuir a poluição visual. “As multas serão ampliadas em cada recorrência. As punições devem minimizar os acidentes”.

O parlamentar Roberto de Souza recorda que cada estatística custa a vida de uma pessoa. “São motociclistas passando por vias e os fios ficam pendurados. Acredito que cada empresa deveria manter os postes organizados. Assim a cidade ficaria limpa e bonita. A partir dessa alteração, as empresas serão obrigadas a dar resultados com as sobras de fios. Precisamos garantir que a cidade cresça de maneira organizada”.

O vereador Marcos Zanetti defende a alteração na legislação para que, inclusive, não ocorra uma tragédia. Na oportunidade, Bruno Radunz pontua que uma empresa de internet participou de uma reunião com a Comissão de Desenvolvimento Sustentável. “A empresa explicou a questão das linhas de internet. Existe a normatização e, muitas vezes, ela não é aplicada ou falta fiscalização para tal. A Copel aluga, mas não fiscaliza. Em alguns locais, elas estão sendo retiradas”.

O parlamentar Jairo Cerbarro reforça que o principal objetivo das mudanças na legislação é evitar tragédias que podem e devem ser evitadas com a retirada dos fios. O vereador Ricardo dos Santos disse que é importante o projeto, porque ele teve um dinamismo na cidade. “Ficamos felizes por todos os vereadores entenderem e serem favoráveis. As empresas terão que ter responsabilidades do uso de seus materiais”. Na oportunidade, o vereador Bruno deixou o registro que ao retornar por volta do meio-dia de ontem para a sua residência localizada no centro de Toledo, profissionais da Copel estavam eliminando fios em diversos pontos.

Da Redação

TOLEDO

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.