Baixas temperaturas podem influenciar no desenvolvimento do peixe

20

As temperaturas estão mais baixas há alguns dias, principalmente, no período noturno. A partir do último final de semana, a redução na temperatura ambiental foi mais sentida e também com o registro de geadas. Uma cadeia que pode sofrer influência com a mudança climática é a piscicultura. As temperaturas nas águas dos viveiros reduziram consideravelmente e o produtor deve estar atento a essa ocorrência climática, pois frio é uma das causas de mortalidade da tilápia, principal espécie produzida em Toledo e região.

De acordo com o médico veterinário do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (Iapar-Emater), da regional de Toledo, Gelson Hein, a primeira onda de frio do ano é um indicativo para que o produtor se mantenha em alerta para a chegada do inverno.

“O atual momento é importante e o produtor deve estar atento para os registros de baixas temperaturas, porque elas podem levar a uma diminuição do crescimento do peixe”, destaca Hein.

As mudanças térmicas levam ao produtor a realizar ajustes na atividade, como balancear a alimentação do peixe. O médico veterinário recomenda que o produtor tenha um termômetro em seu viveiro (pelo menos em uma coluna de água) para que possa conhecer a temperatura pela manhã. “Com o resultado, ele saberá o quanto deve alimentar o peixe naquele dia”. Nos últimos dias, as temperaturas oscilaram entre 15º C a 17ºC logo nas primeiras horas do dia.

TEMPERATURAS – A partir dos 22º C e até por volta de 18ºC, a orientação é reduzir a alimentação no viveiro. Nos casos em que a temperatura é inferior a 18ºC, o recomendável é não alimentar o peixe ou reduzi-la durante o dia. Exemplo: o produtor com o hábito de alimentar três vezes poderá diminuir para duas vezes ao dia. Conforme Hein, o objetivo é evitar sobra de ração no viveiro, pois ela pode diminuir a qualidade da água.

“Temperaturas abaixo de 15ºC é um indicativo que o peixe pode morrer. O limite está por volta de 12ºC. Geralmente, em dois ou três dias consecutivos com essa temperatura, a mortalidade – causada pela temperatura amena – pode ser registrada. O peixe perde parte da imunidade e agentes secundários, como bactérias ou fungos, presentes no ambiente provocam a mortalidade”, explica o médico veterinário ao complementar que viroses também podem atacar o peixe neste período.

ORIENTAÇÕES – A preocupação do produtor é manter rigor na alimentação, cuidar da condição do viveiro em relação aeração e a possibilidade da qualidade da água ser alterada.

Segundo Hein, o produtor deve evitar ou prevenir qualquer situação anormal que possa acontecer no viveiro. “Temperaturas extremas para baixo são inevitáveis em viveiros a céu aberto e o produtor pode ter alguns cuidados, como controlar a temperatura diariamente em toda a coluna de água e observar para que não sobre ração no tanque”, enfatiza.

O produtor deve ainda evitar qualquer movimentação ou estresse no peixe. Por isso, é recomendável que biometrias não sejam realizadas; não passar rede no viveiro e controlar o abastecimento de água externa, principalmente, para que água mais fria não seja introduzida no viveiro.

“O produtor ainda pode realizar a despesca antes do começo do inverno. Neste ano, é possível que tenhamos sobra de peixe no ambiente, porém é um cenário ainda indefinido”, destaca o profissional ao esclarecer que “o consumo da carne diminuiu devido ao preço alto repassado ao consumidor. Isso acontece porque a ração está muito elevada e o custo de produção do peixe também aumentou. Com isso, essa redução do consumo da carne de peixe pode ser percebida no ambiente”.

Hein é confiante que a cadeia poderá ‘dar a volta por cima’ e o produtor – diante de qualquer situação anormal – deve procurar a assistência técnica. “Nós temos bons profissionais que podem auxiliar os produtores na tomada da melhor decisão”.

Da Redação

TOLEDO