Investimentos: um cenário complexo pede uma carteira diferente

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Por Tatiana Schuchovsky Reichmann, CEO da Ademicon

Depois de alguns anos experimentando uma sequência de quedas, acompanhamos a Selic ir de 2%, em 2020, para os atuais 13,75% ao ano. Na tentativa de conter a inflação, ainda longe da meta de 3,5%, observamos o Comitê de Política Monetária do Banco Central iniciar uma escalada da taxa básica de juros. O aumento gerou impacto em financiamentos e empréstimos, que ficaram mais caros e, entre investidores, foi o momento de repensar carteiras. O que se viu, de acordo com um estudo recente feito pela B3, foi uma corrida para investimentos de renda fixa, mas ainda assim a renda varável seguiu atraindo interessados. O movimento pode indicar uma saudável disposição do investidor por diversificar sua carteira de investimentos. 

Nos últimos anos, marcados por tantas incertezas, as pessoas passaram a buscar mais estabilidade e segurança para suas vidas e isso, talvez, tenha alcançado outra esfera: aquela ligada à forma como lidam com o dinheiro. Ficou mais evidente a necessidade de se resguardar para momentos de debilidade, mas sem abrir mão de projetos. Ficam os questionamentos: no atual cenário de juros e inflação, como manter ganhos financeiros? Como seguir com os planos para a aquisição de bens que exigem um volume maior de recursos, como a compra de um imóvel, por exemplo? Entender os ciclos econômicos e seus impactos é essencial para o investidor fazer as escolhas que melhor combinem com o seu perfil e seus propósitos. 

Ao observar o cenário atual e refazer as contas, levando em consideração as novas variáveis econômicas, muita gente encontrou no consórcio a resposta para essas perguntas. No primeiro semestre deste ano, a modalidade bateu recorde de participantes ativos, número que chegou a 8,76 milhões, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Dados da entidade mostram que mais de 1,85 milhão de novas cotas de consórcio foram vendidas entre janeiro e junho, 12,1% a mais que no mesmo período do ano passado. O volume de créditos comercializados cresceu mais de 15%, superando a cifra de R$ 119 bilhões no acumulado dos seis primeiros meses de 2022. 

Livre de juros, a modalidade não sofre impacto da alta da taxa Selic. E à medida que outras alternativas de financiamento e empréstimos ficaram mais caras, o consórcio se mostrou ainda mais vantajoso e vem respondendo às necessidades de crédito nos segmentos mais variados – do setor imobiliário ao agronegócio – e oferecendo ganhos maiores que alguns tipos de investimento disponíveis no mercado. É preciso apenas reeducar o olhar, às vezes, tão acostumado a mirar sempre para os mesmos alvos. Com juros e inflação nos patamares em que estão, é hora de ampliar o raio e incluir o consórcio na cesta de investimentos para rentabilizar ganhos e não renunciar os planos para adquirir bens e serviços.

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