Diferenças culturais

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Piá é piá ou guri, moleque, rapaz ou cabra?

Bauru é bauru, misto-quente, torrada ou prensado?

Mandioca é mandioca, aipim ou macaxeira?

Estes são apenas alguns exemplos da diversidade, da riqueza cultural do Brasil. Uma riqueza que tem seus regionalismos como uma marca muito forte de um país construído justamente em cima dessas diferenças. Diferenças culturais que sempre foram respeitadas e até exaltadas como uma forma de dizer: pertenço a este lugar, a este chão.

Diferenças culturais que fazem parte do folclore, que geravam piadas, confusões e discussões sem maior profundidade porque o regionalismo era também uma forma de aproximação entre as pessoas, entre brasileiros que pertencem a uma mesma bandeira, mas que são muito diferentes entre si. Seja na maneira de falar, de vestir, de agir ou de pensar.

Não existia certo ou errado. Não existia um padrão, até porque quando se trata de cultura regional, cada uma tem seu valor. Não existia maior ou menor, melhor ou pior. Eram diferenças capazes de aproximar e não distanciar. O regionalismo linguístico, ou seja, o conjunto das particularidades linguísticas de uma determinada região geográfica, decorrentes da cultura lá existente, sempre foi uma espécie de ‘carimbo’ atestando se você era do Sul ou do Norte; do Sudeste ou do Nordeste. Até mesmo no Sul, por exemplo, existem diferenças muito claras que distingue cada cidadão. Dentro do Paraná mesmo é fácil perceber a diferença de região onde se vive.

Então, em qual momento da história o brasileiro deixou de apreciar essa diferença para basear suas decisões apenas em duas ideologias atreladas à personificação política provocada pelo acirramento da disputa entre um ‘mito’ e uma ‘lenda’?

Se até pouco tempo o Brasil ainda exaltava suas diferenças regionais, hoje elas parecem não mais existir, como houvesse o país sido dividido ao meio. Ou se é coxinha ou mortadela, amarelo ou vermelho, L ou B. Ora, o Brasil é muito maior que qualquer ideologia. Sempre foi! Que as diferenças voltem a ser apenas regionais e que os sotaques voltem a prevalecer ao invés dos discursos inflamados de ódio.

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