Mauro Picini Sociedade e Saúde 22/06/2022

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Uniprime realiza ações educativas para combater a poluição sonora

Blitz Educativa e palestras para as crianças foram as ações escolhidas neste ano

A Uniprime Pioneira realiza, anualmente, ações de conscientização sobre a poluição sonora dentro da Campanha Propagando o Silêncio. É um trabalho contínuo que mobiliza diferentes públicos em prol da saúde auditiva e se soma ao movimento Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído (INAD). Em 2022, a cooperativa abordou dois públicos: motoristas e crianças.
“A poluição sonora é um dos maiores problemas do mundo moderno e a segunda principal fonte de poluição. Por isso, realizamos todos os anos ações de conscientização para que a população dê mais atenção à saúde auditiva, tão importante para a qualidade de vida”, explica a gestora de projetos da Uniprime, Patrícia Donato.

Blitz educativa – Para o grupo dos motoristas foi realizada uma blitz educativa no centro da cidade de Toledo. Com o apoio da Guarda Municipal, os motoristas de carros e motos foram abordados pelos colaboradores da cooperativa e receberam o material instrutivo.
O objetivo foi conscientizar os motoristas sobre os problemas causados pelo excesso de ruídos às pessoas e ao meio ambiente. Segundo o diretor de Trânsito da Secretaria Municipal de Segurança e Trânsito de Toledo, Roni Padilha, reclamações por ruídos são campeões na Ouvidoria do município. “Há uma grande demanda relacionada a som alto e carros desregulados e essa ação colabora com a sensibilização da população”, pontou.

Palestras para as crianças – Já com as crianças a abordagem do tema foi por meio de palestras. Com o apoio da cooperada, a médica otorrinolaringologista Dra. Claudiane Mozer de Assis, os alunos da Escola Municipal Ecológica Ari Arcássio Gossler foram orientados sobre a importância da audição e o quanto o barulho excessivo pode causar problemas. “Proteger a saúde é primordial e considerando que a audição é um bem tão delicado e parte da saúde, temos que cuidar dela com dedicação e carinho. E quando conscientizamos as crianças, sabemos que elas levam essa informação para casa e mobilizam mais pessoas”, afirmou a cooperada.
Neste ano, o tema do INAD Brasil foi: na infância, diversão e proteção, ruído não! Segundo o movimento, os efeitos adversos do ruído na saúde humana e qualidade de vida são detectáveis em todas as idades, desde o período gestacional, passando pela infância e adolescência e culminando na vida adulta e velhice. Neste sentido, a atenção se voltou aos efeitos do ruído na infância, visando chamar a atenção aos impactos da presença de ruído na vida da criança que pode comprometer seu desenvolvimento, aprendizagem, interação social e saúde.

Poluição Sonora – Estudos mostram que cerca de 10% da população mundial têm algum tipo de perda auditiva e que 30% a 35% dessas perdas são consequências da exposição a ruídos. A exposição intensa e contínua a sons com alta intensidade pode colaborar com a perda precoce da qualidade auditiva. Além disso, a poluição sonora pode causar problemas à saúde como dor de cabeça, insônia, agitação, dificuldade de concentração, estresse, depressão, perda de memória, cansaço, zumbido, entre outros.

Podemos terceirizar o cuidado, mas nunca o afeto

*Lucia Palma

“Busco cumprir minha missão, não só como filha, mas como filha de um mundo que pode ser mais AMÁVEL, mais ACOLHEDOR e mais AMIGÁVEL”

Há 13 anos atrás, logo após a morte do meu pai, minha mãe foi diagnosticada com Alzheimer. Ela morava em Santos, e nós os filhos em São Paulo. Perdemos o chão.
Ficamos sem rumo, sem saber o que fazer. Como amparar minha mãe e oferecer o melhor apoio possível? A primeira ideia que veio à nossa mente foi colocá-la num ambiente agradável onde tivesse cuidados específicos para o seu bem-estar.
Começou então nossa busca (eu e meus irmãos) por Instituições de Longa Permanência para Idosos. A cada visita, uma decepção, uma sensação de que não deveríamos abandonar nossa mãe. Para nós todos os espaços pareciam frios, hostis e pouco amigáveis. Nada parecia bom o suficiente. Infelizmente não fomos preparados para este momento de “cuidar dos pais”. Essa inversão de papéis é assustadora e causa muita angústia aos familiares. É difícil aceitar que nossos pais, que eram nossos provedores, conselheiros, apoiadores, agora, dependem de nós.
Fizemos então a escolha de deixá-la na sua própria casa com o apoio necessário para ela não se afastar das coisas que amava, até o dia em que isso se tornasse impossível. Foram nove anos muito difíceis para nós familiares, em vários aspectos: adaptação à nova realidade, gestão de recursos humanos e financeiros, distância familiar, entre outros.
Contudo, sentíamos que havia algo mais que podíamos e devíamos fazer para o nosso bem comum: conhecer mais sobre a doença, seus aspectos e o que fazer para um convívio mais saudável. Passamos a buscar mais informação. Fizemos contato com profissionais da geriatria e gerontologia que nos esclareceram e orientaram sobre o assunto. Esse foi um dos melhores investimentos que fizemos e eu aconselho a todo familiar de idoso que se encontra nessa situação. Uma orientação profissional pode ser a chave para uma convivência saudável. Esse conhecimento ajuda a minimizar os impactos da doença na convivência familiar. Torna a convivência muito mais leve e fluida.
Atualmente, depois de nos apropriarmos do assunto e de muita experiência cuidando de nossa mãe, conseguimos entender que todas essas aflições e sensação de abandono vividas naquela época, ao pensarmos em hospedar nossa mãe em uma instituição para idosos, estavam totalmente associadas ao sentimento de culpa que carregamos durante anos devido ao estigma ligado ao conceito de “asilamento”, locais sem muitos recursos onde idosos eram deixados pela família, sem nenhum tipo de apoio ou afeto.
Também observamos neste tempo em que a mamãe ficou sob os cuidados de cuidadoras, que apesar de ela estar bem cuidada, ela ficava mais isolada, solitária, sem poder prover adequadamente de exercícios, lazer, alimentação adequada e socialização já que não tínhamos como manter financeiramente uma estrutura de cuidados multidisciplinares.
Visto tudo isso, começamos a olhar as instituições de longa permanência para idosos com outros olhos. Esses espaços vêm sendo adequados e desenhados para atender a essas necessidades. O fato de que todos os cuidados dispensados e a oferta de rotinas e atividades que reforçam a independência dessas pessoas podem ser mais bem planejadas e vivenciadas nesses espaços e são parte fundamental para a promoção da qualidade de vida da mamãe e consequentemente da nossa.
Há cinco anos chegamos à conclusão de que o melhor caminho era levá-la para uma Instituição de Moradia para Idosos. Lá ela teria os cuidados que ela tanto merece. Então, eu e meus irmãos fomos muito cuidadosos ao escolher uma instituição para a nossa mãe. Alguns itens foram fundamentais para a nossa tomada de decisão. O primeiro filtro foi encontrar um lugar que fosse próximo da nossa residência para que pudéssemos visitá-la com frequência e com uma mensalidade que coubesse no nosso bolso. Selecionamos algumas instituições e visitamos para conhecê-las de perto.
Na visita, coletamos as seguintes informações: a estrutura está conservada e possui ambientes claros e arejados e com aspecto de lar? A casa está adaptada para receber um idoso? Tem um jardim ou um local gostoso para que o idoso possa tomar um sol, ficar em local aberto? Qual o número de idosos residentes? Há cuidadores suficientes para a demanda? Os profissionais da instituição são gentis e atenciosos com os idosos? Existe um acompanhamento nutricional? A gente viveria neste ambiente?
Um item que consideramos muito importante é se existe um profissional dedicado ao acolhimento, ambientação e a socialização do idoso a partir da chegada na instituição até que ele se sinta adaptado? A documentação exigida por lei está registrada e aprovada pelos órgãos competentes?
Minha dica para quem está começando a busca por uma instituição, é criar uma lista de coisas que a família entende como importante, lembrando de que a vontade e o bem-estar do idoso devem ser levados em consideração. Tenha em mente que suas crenças e costumes estão cada vez mais evidentes e precisam ser respeitados. Classifique os itens como muito importante, importante e menos importante. Depois com essa lista em mãos é mais fácil encontrar um lugar com o seu perfil e ajuda muito caso a família tenha que abrir mão de algum item não tão importante.
Bom, levou um tempo até que encontrássemos um lugar que acolhesse a mamãe com o carinho, a atenção e a dignidade que ela merece. Hoje ela está em uma Instituição pequena onde percebemos que ela se sente em um Lar.
Atualmente minha família está adaptada à nova realidade. Aceitação, informação e afeto são as chaves para uma convivência mais amorosa e serena.

*Lucia Palma, 56 anos, profissional de marketing e fundadora do Portal Casas de Repouso. Vive a angústia e o prazer de conviver com a minha mãe que está hoje com 91 anos e tem doença de Alzheimer.

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