Diocese de Toledo celebra o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais

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O 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais foi celebrado, no último sábado (4), pela Diocese de Toledo com um evento comemorativo. O encontro envolveu representantes de diversos meios de comunicações de Toledo e de municípios vizinhos pertencentes a área de abrangência da Diocese de Toledo.

A programação iniciou com uma acolhida na Catedral Cristo Rei e na sequência ocorreu uma celebração eucarística. Após a missa, os participantes foram recepcionados na sede social da Catedral para um momento de diálogo com o bispo dom João Carlos Seneme e o coordenador diocesano da Ação Evangelizadora e assessor da Pastoral da Comunicação, padre André Boffo Mendes. O evento foi encerrado com um almoço de confraternização.

A celebração eucarística ocorreu na Capela do Santíssimo. A liturgia esteve voltada a data. O 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais tem como tema ‘Inteligência artificial e sabedoria do coração: para uma comunicação plenamente humana’.

“O papel da Igreja, no caso, sempre é de fazer alertas”, destaca o bispo. “Alertar para que a inteligência artificial não é um mal, não é uma coisa ruim, é uma coisa boa. Mas a questão sempre é de que nós, humanos, pudéssemos a utilizar com responsabilidade e que haja também uma ética do uso da inteligência artificial. É isso que o Papa Francisco alerta, principalmente nessa mensagem das comunicações deste ano, alertando para o bom uso, para que ela seja sempre uma ponte entre as pessoas, entre a sociedade, que possa ali contar sempre coisas boas, que seja utilizada para o bem”.

O bispo pontua que o intuito é que a inteligência artificial possa sempre ser um mecanismo, uma ferramenta para levar a palavra de Jesus em todos os lugares. Além disso, ele enfatiza que com a evolução dos meios de comunicação é primordial saber utiliza-los e fazer isso para o bem comum.

“É um meio que está aí e serve também para aproximar as pessoas”, salienta dom João ao citar como exemplo o período de pandemia da Covid-19 em que foi possível inibir a solidão. “É esse o mecanismo que nós queremos usar, mas que não substitua o que é importante, por exemplo, a missa é importantíssima que seja no encontro de comunidades, que a gente não substituísse o encontro comunitário através das redes sociais”.

DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO

Entre os obstáculos que envolvem o processo de evangelização, dom João cita que as redes sociais contribuem para o afastamento do convívio físico entre as pessoas. A catequese não ser virtual, por exemplo, que ela pode ser assim para usar uma palestra, mas que ela não fosse um meio, porque as crianças precisam aprender esse convívio, de ter esse sentimento de pertencer à comunidade. Isso se adquire através do vir aqui na comunidade, junto com as outras crianças, e aprender ali os caminhos de Deus”.

LIBERDADE DE ESCOLHA x MATURIDADE

Outro ponto citado por dom João como um desafio para a Igreja é o vivenciar o amor divino. “Quando as pessoas vão até o recurso de inteligência artificial, eles digitam lá ‘o que é o amor de Deus’, a inteligência artificial vai produzir um texto teórico. Agora, a prática disso é o desafio da Igreja. A inteligência artificial também pode nos direcionar, onde aí nós perdemos, às vezes, no critério de discernir com maturidade, com responsabilidade e com liberdade. Então, a inteligência artificial, ela pode nos tirar a capacidade de escolher, de escolher com liberdade. Então, por isso, esse cuidado que nós devemos ter e não acreditar só naquilo que nos diz uma pesquisa. Porque ela nos direciona a interesses bons, a interesses muito ruins também nesse direcionamento das informações que a gente vê na internet, nessas buscas de internet, principalmente através da inteligência artificial”, alerta.

UTILIZAR COM RESPONSABILIDADE

Durante o encontro, o bispo reforçou que a inteligência artificial é um bem que deve ser utilizado com responsabilidade sem que seja perdido o sentido da comunidade viver em comunhão. Além disso, não pode substituir o humano, o convívio, as escolhas.

“A Igreja Católica não é contra a inteligência artificial, mas é preciso usar com responsabilidade e para o bem. É preciso ter cuidado para que nós não percamos o nosso protagonismo como seres humanos, para que uma máquina não decida por nós”, salienta o bispo.

“A Pastoral da Comunicação (Pascom) nos estimula para que sejam utilizadas as ferramentas para produzir conteúdo inéditos”, afirma o coordenador diocesano da Ação Evangelizadora e assessor da Pastoral da Comunicação, padre André Boffo Mendes. “A inteligência artificial não é proibido, porém precisa ter critérios para utilizar, citar as fontes. Ela envolve processar algoritmos, organizar informações e mais velocidade, contudo, a criatividade é um elemento humano e deve ser utilizada para fazer com que a espiritualidade cresça”.

Conforme o padre, atrás da inteligência artificial está aquele que profere os comandos. “Em tese o julgamento do bem e do mal não são das coisas, dos processos, mas das pessoas que estão atrás dos processos e das coisas”, declara ao reforça que a inteligência artificial é uma ferramenta importante que deve ser usada para o bem.

Da Redação

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