Produção de soja e milho apresentam quebra de safra na Regional de Toledo

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A falta de chuva já impacta nas lavouras da região Oeste. No relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) – atualizado no dia 21 – os dados apontam quebra de 33% na produção de soja e 35% na cultura de milho na Regional de Toledo.

De acordo com o relatório mensal, 35% das lavouras de soja da região estão em condição ruim, 53% estão regular e 12% apresentam boas condições. Os dados ainda sinalizam que 25% das lavouras estão na fase de floração e 75% na fase de frutificação. “Esse é um período que a planta necessita de umidade para continuar o seu desenvolvimento, mas estamos com altas temperaturas e sem condição de chuva”, comenta o técnico do Deral Paulo Oliva.

Na Regional de Toledo são 488.857 hectares plantados. Na implantação da safra, a produção inicial foi calculada em 1.857.656 toneladas. A nova atualização aponta uma produção estimada de 1.246.585 toneladas, uma quebra de 33%, que representa a redução de 611.071 toneladas.

A nível de estado, a previsão inicial era de 21.031.903 toneladas de uma área de 5.643.086 hectares de soja. Os dados desta semana já mostram uma produção estimada de 18.448.213, o que representa quebra de 7%. “Os núcleos que representam maiores problemas são de Umuarama, Cascavel, Campo Mourão e Toledo que são regiões que sofrem com a falta de chuva e as altas temperaturas. É uma condição que não se aplica as demais regiões do Estado”, complementa.

POUCAS CHUVAS – Oliva explica que em novembro, no Paraná cerca de 6% das lavouras apresentavam condição ruim, 23% regular e 71% boas condições. Já no relatório de dezembro, os dados mostram que 13% das lavouras estão com condição ruim, 30% regular e 57% das lavouras apresentam boas condições. “A nível de estado, a estiagem tem sido mais rigorosa na nossa região que acaba refletindo nos dados gerais. Se o clima contribuir e tivermos muito chuva, as lavouras que estão em condição regular poderão se recuperar. Do contrário, o cenário poderá ser mais complicado”.

Nas visitas a campo, Oliva constatou que as poucas chuvas que ocorreram nas últimas semanas foram pontuais e irregulares. Algumas localidades foram beneficiadas com essa umidade que favoreceu o desenvolvimento das plantas. Em outras regiões, a estiagem castiga as lavouras de soja. “Quando não ocorre a precipitação a planta fica estática. Ela tenta resistir as altas temperaturas e sem umidade e isso significa perdas. As flores caem, quebra o ciclo do desenvolvimento. O estresse hídrico é muito grande. Essa condição que temos é desfavorável para a cultura da soja”.

MILHO – Em relação a cultura do milho, a Regional de Toledo conta com 4.628 hectares de área plantados. A produção inicial era de 37.610 toneladas. Atualmente a produção é estimada em 27.536 toneladas do grão. “As lavouras de milho apresentam redução de 35%, o que representa 10.074 toneladas perdidas”, cita o técnico do Deral.

Na avaliação dos campos, 40% estão em condição ruim, 47% regular e 13% em boas condições. Em relação as fases das plantas, 20% estão na fase de floração e 80% na fase de frutificação. “O milho é mais tolerante com a falta de chuva, porém nas condições que temos nesse momento, a planta não se desenvolve bem. Sem umidade nas fases de floração e frutificação, a planta vai se definhando. A esperança é que tenha chuva no começo de janeiro para melhorar as condições das lavouras”, finaliza Paulo Oliva.

Da Redação

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