Alta temperatura pode prejudicar a produção de tilápia

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A frase ‘como está quente hoje’ é repetida com frequência por muitas pessoas nos últimos dias. As temperaturas estão elevadas e os termômetros marcam 34ºC ou até mais em Toledo e região, com sensação térmica acima disso. O desconforto é uma preocupação para a saúde humana, aos animais, as plantas e a economia. Sim, a economia, pois a piscicultura é uma atividade que pode sofrer prejuízo com o excesso de sol e de calor.

De acordo com a engenheira de pesca do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PR) Dayane Lenz, a tilápia é produzida em tanque e em cada espaço tem uma espécie de alga nanoplanctônica, que pode colaborar com a mortalidade de peixes. Um conjunto de fatores deve ser observado pelo produtor, como o longo período de insolação propiciar a proliferação da espécie (microalga).

Dayane explica que o tanque de piscicultura é um ecossistema e ele é composto por microalgas. “As microalgas na presença do Sol produzem oxigênio. Quanto o calor é excessivo, o metabolismo de cada uma acelera. Com isso, a população cresce a ponto de morrer”.

ANÁLISE – Diante da ausência da microalga, o índice de oxigênio diminui no tanque e pode trazer consequência ao peixe. Além disso, ela torna-se matéria orgânica e precisará de oxigênio para se decompor. “O produtor pode observar pela coloração da água. Em algumas situações, ela fica esverdeada ou marrom. Também pode formar uma espuma em cima da água”, menciona a engenheira de pesca.

É certo que a qualidade da água fica comprometida e registra-se o aumento do nível de amônia e de nitrito. “Isso por si só diminui a competência imunológica do peixe e reduz a eficiência do parâmetro zootécnico”, afirma Dayane ao destacar a redução do crescimento e a conversão alimentar ficar comprometida. “O responsável pelo tanque pode ter uma perda de produtividade em seu lote de tilápia”.

Essa é uma realidade do município de Toledo e de outras cidades da região Oeste do Paraná. Toledo tem registrado temperaturas superiores aos 30ºC nos últimos dias. A profissional salienta que temperaturas entre 28ºC e 30ºC são consideradas boas ao desenvolvimento da tilápia, pois o peixe passa a ter os melhores parâmetros de crescimento. “Acima de 31ºC e 32ºC, a qualidade da água pode ficar comprometida”, analisa.

ORIENTAÇÃO – O produtor deve estar atento aos índices de oxigênio. Conforme a engenheira de pesca, um manejo inadequado aliado com a competência imunológica baixa do peixe pode causar a mortalidade do animal. “O produtor precisar fazer a análise da água e, se necessário, deve ligar os aeradores para manter a demanda de oxigênio”.

Na regional de Toledo, mortandade de peixe já foi registrada neste ano. Inclusive, em algumas situações, o produtor pode perder um lote inteiro. “O responsável pela produção deve estar atento ao aspecto da água. A água verde, marrom, transparente ou com espuma demonstra que existe matéria orgânica morta. O peixe pode sofrer intoxicação por amônia e nitrito”.

O produto deve observar o comportamento do animal, o horário de alimentação, se teve diminuição no apetite e, principalmente, aferir o nível de oxigênio. “A qualidade de água é o fator mais importante no desenvolvimento da tilápia e ela é a principal influência para o desenvolvimento do animal”.

TEMPO – Além disso, o produtor deve – semanalmente – acompanhar a previsão de tempo. Os órgãos responsáveis indicam que essa condição climática deve permanecer até meados do fim de março. Dayane cita que o produtor que apresentar algum tipo de dúvida deve procurar o escritório do IDR-PR.

O tempo ainda deve ficar abafado em diversas regiões do Estado nos próximos dias, de acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Até o dia 4 de março, os termômetros devem marcar acima de 30ºC e as mínimas devem ser até 22ºC. As temperaturas devem diminuir no período de 5 a 8 de março. Porém voltam a subir no dia 9 de março podendo chegar até 35ºC.

Da Redação

TOLEDO

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