Como gerenciar os ‘Exterminadores de Felicidade’?

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*Pamela Gail Johnson

Há 25 anos, ao criar a Sociedade de Pessoas Felizes nos Estados Unidos, muitos pensavam que eu defendia a ideia de felicidade constante. Nada poderia estar mais longe da verdade. Mesmo que eu adorasse fazer parte de um mundo alegre e de alta vibração, isso seria um sonho ou uma esperança, pois ninguém é feliz o tempo todo.

Podemos experienciar momentos felizes se soubermos gerenciar os temíveis “Exterminadores da Felicidade”, ocasiões desafiadoras que impactam a emoção positiva. A morte de um ente querido, discussões com os filhos, dificuldade financeira, estresse ou problemas de saúde que exigem mudanças no estilo de vida são alguns dos eventos que drenam a energia e, por isso, afastam a alegria. A existência deles, no entanto, não impede de resgatar a felicidade em pequenas porções diárias.

Não se pode burlar esses obstáculos inevitáveis na jornada de cada um, mas é possível superá-los. Primeiro, é necessário saber que o cérebro é programado para identificar perigos iminentes, nos faz focar mais nos instantes de caos ao invés das alegrias. Tanto as pessoas que se consideram felizes quanto as infelizes experimentam uma quantidade semelhante de “Exterminadores da Felicidade”. A diferença está na forma como cada uma lida com esses desafios, ou seja, o gerenciamento dos sentimentos é crucial para determinar a felicidade.

Logo, um caminho para superar os problemas responsáveis por drenar a percepção de momentos felizes é criar um “Mapa da Felicidade”. Este plano de ação envolve reconhecer e enfrentar desafios, permitindo sentir as emoções associadas a eles. O caso Paula – participante da associação – é um exemplo inspirador: ao enfrentar repetidas demissões, ela decidiu utilizar o Mapa da Felicidade para registrar todas as coisas boas que acontecem ao seu redor, tudo pelo que ela é grata e quais são os próximos objetivos que almeja.

Paula administrou esse Exterminador inicialmente permitindo-se sentir emoções infelizes, porque negá-las não era bom. Sabia que deveriam ser liberadas. Ao utilizar o plano, ela conseguiu ver além dos problemas para encontrar novas oportunidades de ser feliz. Lidar com o sentimento negativo envolve permitir-se sentir as emoções associadas, abraçar o processo de luto e, eventualmente, encontrar uma ponte para o crescimento pessoal.

A infelicidade é simplesmente um tempo que nos muda e nos molda. Quando aprendemos a gerenciar essas adversidades e enxergar além do caos, podemos enfrentar os desafios de frente, transformando momentos difíceis em oportunidades de crescimento que nos levarão a alcançar doses de felicidade.

* Pamela Gail Johnson é autora do livro “Felicidade na Prática” (Latitude) e especialista em Psicologia Positiva desde 1998.

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