Beijo pro Gordo!

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O mundo do entretenimento brasileiro amanheceu de luto neste fim de semana. Um dos grandes nomes do setor, Jô Soares, morreu aos 84 anos. O Gordo revolucionou o mundo da televisão com seu humor ácido e, mais tarde, comandou um talk show que era a sua cara: crítico e animado ao mesmo tempo. Irreverente, Jô escreveu roteiros para programas de televisão em emissoras como as TVs Continental, Record e Globo. E também atuou em diversos programas humorísticos das TVs Tupi, Record, SBT e Globo.

Entre os shows televisivos que comandou mais estão o humorístico Viva o Gordo e seus programas de entrevistas Jô Soares Onze e Meia, no SBT, e Programa do Jô, na Globo. Este último ficou no ar por 17 anos, de 2000 a 2016. Ao encerrar o programa sempre dava sua deixa: “Beijo do Gordo”.

Jô Soares também se aventurou na literatura, publicando romances como O Xangô de Baker Street, O Homem que Matou Getúlio Vargas, Assassinatos na Academia Brasileira de Letras e As Esganadas.

Era uma artista completo que irá se reunir a outros grandes nomes do entretenimento nacional que nos deixaram. Nomes que, ao lado de Jô Soares, elevaram a arte brasileira a outro patamar. Nomes como o de Chico Anysio, que fazia um humor sem apelação. Jô era da mesma linha.

Criticava sem ser chato, ousava sem precisar ser apelativo, fazia rir com seus bordões que faziam as pessoas pensarem e exalava o que o brasileiro tinha de melhor: a ironia em suas palavras. Tinha porque o humor brasileiro hoje está chato demais, apelativo demais, forçado demais. Jô levava temas delicados à televisão, como homofobia, homossexualismo, racismo, entre tantos outros, sem precisar forçar a barra. Era respeitoso e respeitava.

Os humoristas de hoje em dia parecem crer que para fazer rir é preciso falar um monte de palavrões ou de sexo e de drogas. Jô não era assim. Era inteligente ao extremo, perspicaz e conseguia extrair detalhes diferentes de seus entrevistados graças ao seu modo peculiar de tratar as pessoas. Jô Soares fez escola, uma escola que perdeu um de seus maiores nomes. Jô, hoje o beijo é pro Gordo!

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